Reflexões sobre a série adolescência

Essa série me deixou com a sensação de que precisamos cuidar mais dos nossos adolescentes, seja na relação com eles, seja com os exemplos que damos. É urgente pensarmos nos efeitos negativos dessa masculinidade tão danosa para homens e mulheres. Os meninos são ensinados a odiar as mulheres desde cedo. Através de frases que parecem inofensivas como: : “vc joga feito uma menininha” “homem não chora” e por aí vai. Jamie é um caso extremo, mas há muitos jovens cometendo e sofrendo violências de gênero por aí. Há muitos jovens se sentindo invisíveis, desamparados e buscando afeto. Há muitos pais e mãe perdidos sem e saber como lidar com os filhos nessa fase tão complexa. Alguns pontos que me chamaram mais atenção: 1- Adolescentes precisam de amparo e de supervisão Precisam de diálogo(ainda que se mostrem resistentes a isso), precisam de afeto, de validação e do interesse dos adultos. Muitos se sentem invisíveis, insuficientes para os pais e para o mundo. Será que Jamie já não tinha se mostrado afetado emocionalmente? Outra forma de amparo são os limites tão necessários. Ainda precisam de certa supervisão, apesar de ser preciso encontrar o limite entre a supervisão e a invasão. As redes sociais tem sido um perigo para os jovens. Nem sempre estar em casa significa estar seguro. Seja por conta se grupos de violência ou por pressão estética e de estilo Sem cuidados e sem supervisão, os adolescentes se sentem desamparados e adoecem. O caso da série é um extremo, a maioria desenvolve depressão, ansiedade, baixa estima.. 2- Os efeitos negativos da masculinidade Jamie se espelha no pai, que apesar de ser dedicado e amoroso é distante e tem dificuldade de falar sobre emoções e de dar limites. Me espanta como ele não explodiu quando viu o que Jamie fez. Por outro lado, sentia vergonha dele quando ele não ia bem nos esportes, o que é esperado de um menino. Havia um buraco entre os dois. Como marido ele causa medo na esposa e na filha, como se fosse explodir a qualquer momento. Parece que tudo tem que ser do jeito dele isso é característico da masculinidade. Além do pai, claro que também teve exemplos na escola e em outros ambientes. Seus amigos também pensam como ele. É uma questão enraizada socialmente. Tudo isso afastou Jamie do seu pai e dele mesmo e o aproximou dos Incel e do ódio as mulheres. 3- O bullying Bullying que agora se estende para cyberbullying tem efeitos drásticos na vida de adolescentes e crianças, mina a autoestima, gera raiva, fobia social, traumas. É algo que precisamos sempre combater e amparar aqueles que passam por isso. Quanto mais amparados em casa e pela escola , melhor os jovens lidam com o bullying. É preciso entender que não é uma brincadeirinha inofensiva.

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Por que estamos tão deprimidos e ansiosos?

A gente precisa de tempo, de afeto, de troca de experiencias. Para Rita Kehl, (uma grande psicanalista brasileira), o modo de vida que estamos levando impede que tenhamos espaço para pensar sobre nossas experiências, para cultivar afetos e sentidos para nossa vida, por isso o aumento de diagnósticos de depressão e ansiedade. A gente quer fazer tudo o que tem que fazer logo, para dormir logo, para chegar o fim de semana logo. A gente acredita que tem que produzir o tempo inteiro e até em momentos de lazer ,procuramos produzir algo como postagens sobre o que estamos fazendo, o que não deixa de ser mais u a performance, Não há espaço para o vazio, para o descanso sem culpa, para sentir a falta do que nos falta. Não é bem visto ficar pensando demais e menos ainda triste. Temos que nos curar logo, para produzir mais e para mostramos que estamos bem, que estamos em pleno alto desempenho e que a vida está completa, ótima. Assim nos afastamos cada vez mais de nós mesmos e da nossa capacidade de lidar com a falta, com o vazio e com a gente mesmo. Tamponamos a dor comprando, trabalhando… correndo. No fim das contas, quando não alcançamos as metas astronômicas de um ideal, nos frustramos, nos punidos ou somos punidos pela opinião alheia. Tudo isso é reforçado pelas redes socais que nos mostram cortes da vida de cada um, e claro, o corte do bom aumentando nossa fantasia neurótica de completude. A impressão que dá é a de que o outro está sempre melhor do que gente, a velha história de que a grama do vizinho é mais verde. é preciso muita força para perceber que nossa vida não é perfeita e que nós e nem ninguém atinge a pretensa vida sem buracos e insatisfações. Essa é a receita para a infelicidade. Por outro lado, quando descobrimos que a partir do que falta é possível fazer bastante coisa, é partir dela que nossas desejos mais profundos emergem.

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Talvez a felicidade seja isso: não sentir que você deveria estar em outro lugar, fazendo outra coisa, sendo outra pessoa….

Eric Weiner O objetivo principal do processo de psicoterapia/análise é  te ajudar a ser  cada vez mais você mesmo e ficar mais confortável com isso ao ponto de não querer…

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