O objetivo principal do processo de psicoterapia/análise é te ajudar a ser cada vez mais você mesmo e ficar mais confortável com isso ao ponto de não querer ser outra pessoa ou ter outra vida. Sabe essa sensação gostosinha de estar satisfeito consigo mesmo, apesar das imperfeições?
A cura não é um ponto de chegada, mas sim uma forma de cuidar da sua alma, cuidar da sua vida e, consequentemente, conviver melhor com os outros e amar de uma maneira mais saudável.
Mas esse cuidado vai muito além do que tem circulado atualmente nas redes sociais porque não se restringe fazer skin care, conquistar alto desempenho, a melhor forma física ou status social.
Somos levados com frequência a nos perder de quem somos. Nos ludibriamos com prazeres imediatistas que prometem a tão sonhada felicidade, mas que não passam de um tapa buraco sem fim, porque o que realmente torna a nossa vida mais interessante é encontrar sentidos para nossa existência, é saber o que faz nossa alma vibrar e não abrir mão disso. É também saber lidar, de uma melhor forma, com nossas dores de hoje e de antes.
É necessário saber sobre nossas limitações, pois é a partir desse contato com nossa castração, com a impossibilidade que nossos desejos tomam forma, como defende a psicanálise. Ao se entender os nossos limites e faltas forjamos melhores saídas para uma vida mais interessante.
Sobre nossos afetos, ahhhh, esses a gente precisa se deixar atravessar por eles. Sentir, falar sobre eles e dar-lhes sentidos. Do contrário, nada feito. Os afetos são bichinhos teimosos que vão encontrar uma maneira de aparecer, mesmo que seja numa doença “física” ou numa reação desproporcional a um acontecimento. Eles são a resposta autêntica às experiências da nossa vida e compreendê-los leva um tempo, mas pode nos levar a mudar nossas posturas diante da vida.
Esses são os caminhos de um processo psicoterapêutico psicanalítico. É a partir desses pilares que uma vida mais interessante é satisfatória é possível. A saúde mental é sobre isso.